segunda-feira, 24 de abril de 2017

Reformas Protestantes

Reforma Luterana
Lutero (1483-1546), em 1505, após uma experiência de quase morte ingressou na Ordem Agostiniana, que seguia os preceitos de Santo Agostinho. Após sua viagem a Roma, em 1510, passou a questionar fortemente os dogmas da Igreja Católica. Entre 1511 e 1513 ficou imerso nos estudos bíblicos e construiu, com diversas influências, uma nova doutrina. Durante a leitura das cartas de São Paulo, ele encontrou uma passagem que foi a base da sua teoria O justo se salvará pela fé. Seria a partir da fé em Deus, e não de todos os trabalhos que a Igreja propunha, que o indivíduo se redimiria do pecado original. A salvação estava agora nas mãos dos fiéis, eles mesmos que procurariam seu caminho, e não nas mãos do clero em absolvê-lo dos seus pecados.
O Papa Leão X aprovou uma nova medida para a arrecadação de dinheiro: a venda de indulgências, ou seja, os fiéis compravam a sua salvação, arrecadando pedaços da cruz de Cristo ou do seu manto, qualquer relíquia religiosa poderia ser vendida. O estopim para a separação total com a Igreja Católica ocorreu em 1517, com a promulgação das famosas 95 teses. Lutero ficou indignado e expôs publicamente as suas teses, nas quais protestava contra a doutrina que a Igreja estava seguindo. Seu confronto com as autoridades católicas foi inevitável e em 1520 ele foi excomungado.
A sua doutrina foi divulgada em toda a Europa com a ajuda de nobres, como o príncipe da Saxônia, e da alta burguesia, e os principais pontos, fixados na Confissão de Augsburgo, de 1530, são:
  • Fé cristã era a única maneira de salvação;
  • A Bíblia era a única fonte da fé;
  • Os fiéis tinham a liberdade de interpretação da Bíblia (por isso a tradução do latim para línguas vernaculares);
  • Pregação em língua vernacular;
  • Existência de somente dois sacramentos – batismo e eucaristia;
  • Era proibido o culto a santos, adoração de imagens;
  • Revogação do celibato;
  • O Papa perdia sua a autoridade.
    Reforma Calvinista
    João Calvino (1509-1564) aderiu às ideias reformistas de Lutero e de Zwingli na Suíça, e foi perseguido pelas autoridades religiosas francesas. Exilou-se na Suíça, onde essas ideias já estavam sendo disseminadas e passou a escrever mais sobre isso.
    Publicou em 1536 sua obra Instituição da religião cristã, na qual expõe pela primeira vez sua teoria da predestinação. Esta se constituía na máxima de que o homem estava predestinado tanto para merecer o céu quanto o inferno, ou seja, algumas pessoas seriam salvas pelo simples motivo de que nasceram assim, foram eleitas por Deus, e outras amargariam a maldição. Um dos sinais da salvação predestinada era o homem trabalhador, ou seja, o trabalho intenso e rotineiro, recompensado financeiramente por seu esforço.
    A doutrina calvinista prega que o indivíduo tem que ser predestinado, a vontade divina o salva, isso não ocorre por esforço próprio, porém, se a pessoa enriqueceu pelo seu trabalho, esse era um sinal de que seria salvo, pois possuía esta atitude. Esse ideal foi amplamente aderido pela burguesia em ascensão, pois ia ao encontro de seus interesses. A acumulação de riquezas e o lucro não eram tidos como práticas imorais. Os principais pontos são:
  • Predestinação;
  • Os escolhidos prosperarão;
  • Contra a idolatria;
  • Contra qualquer abuso, como festas, danças, etc.
  • Suas idéias disseminaram pela França, Inglaterra, Holanda e Escócia, tendo reverberações na América, principalmente nas colônias do Norte.
  • Bibliografia : Ana Carolina Machado de Souza.
  • Keith Randell. Lutero e a Reforma alemã. São Paulo, Ática, 1995.

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