terça-feira, 10 de outubro de 2017

A POLÍTICA DO PÃO E CIRCO- ROMA : Autor Anderson Dias

No Império Romano quando o momento era de crise, tudo era escasso, para o povo se acalmar, não reclamar e, não se revoltar contra o poder dominante da época, era utilizado a política do "pão e circo", ou seja, eram construídas enormes arenas (Coliseu), nas quais se realizavam os sangrentos espetáculos dos gladiadores (escravos treinados para matar ou morrer, e suas vidas ficavam na dependência da platéia, que com um indicador do polegar determinava se deveriam viver ou morrer (vide o filme O Gladiador). Esses espetáculos envolviam homens e animais selvagens. Também eram realizados eventos como corridas de bigas, quadrigas, acrobacias, bandas, palhaços e corridas de cavalos.

Enquanto o espetáculo acontecia, alguns servos eram incumbidos de jogar pão nas arquibancadas. Dessa forma o povo não reclamava dos problemas que os acometia ou alguma crise política que poderia estar em pauta no momento. Ao patrocinarem a diversão e a comida gratuita ao povo, o mesmo se esquecia, momentaneamente, desses problemas e, quando se lembrassem, os fervores do momento já havia passado. Dessa forma, o povo de barriga cheia e diversão garantida ficava mais calmo, pacífico e voltava para casa sem reclamar e protestar das injustiças sofridas, se sujeitando uma vez mais aos desmandos dos Césares da época e relegando as decisões importantes a esses líderes políticos sem participarem ativamente do processo.

A política do pão e circo que foi muito utilizada na Roma antiga continua muito atual hoje em dia, o que demonstra mudarem-se os povos, os lugares, mas não o modo de agir do ser humano. Essa política circense está cada dia mais em voga, isto podemos constatar nessa época que precede as eleições municipais. São ofertados ao povo os mega-comícios com atrações diversas e artistas cobiçados. Deixam o povo extasiado e anestesiado para a questão realmente relevante do momento: o voto consciente e qual o candidato que realmente tem uma proposta séria e voltada para o social que merecerá nosso voto.

Se de repente, surge algo importante e que merece a atenção popular para se conhecer o seu candidato e ao mesmo tempo esse assunto pode por em risco sua candidatura, é promovida imediatamente uma mega-atração para desviar a atenção popular do assunto em foco.

Com tanto pão e circo, não é de se admirar que o povo vote naquele que mais espetáculo propiciar ao povo, naquele que fez mais promessas ou deu mais "pão" (camiseta, bonés, "show-mício", falsas promessas e outros).

Não se preocupam em conquistar o voto, em incutir no povo o voto consciente e justo. Querem comprar o voto a qualquer custo.

Em um país semi-analfabeto e miserável essa política tão antiga do "pão e circo" ainda é a melhor opção.

Que se regalem com esses shows, pois ficarão, depois, penando quatro anos, na miséria e na dependência dos favores políticos do coronel atual que reinará no trono da prefeitura, sabendo que seu preço foi bem pago em cada show-mício patrocinado pelo político no qual votamos.

Quilombo de Palmares

Quilombo dos Palmares Nos tempos do Brasil Colônia, existiu no nordeste brasileiro um povoado considerado um paraíso pelos escravos negros do Brasil. O povoado formado por negros fugitivos ficou conhecido pela História Brasileira como Quilombo dos Palmares. O Quilombo dos Palmares tornou-se um símbolo da resistência negra contra a escravidão e teve como principal líder, o mártir negro Zumbi dos Palmares A História do Quilombo dos Palmares No Brasil colonial, muitos negros africanos cansados da vida sofrida de escravo, fugiram dos engenhos de açúcar para nunca mais voltarem. Boa parte desses escravos fugitivos eram recapturados pelos capatazes dos senhores de Engenhos que os caçavam como se eles fossem animais. O mais temível caçador de escravos era o capitão-do-mato. Os negros que sobreviviam à caçada juntaram-se aos outros fugitivos e passaram a formar pequenos povoados chamados de mocambos. Muitos mocambos se formaram pela colônia, mas somente alguns resistiram ao tempo. Com o passar das décadas a população negra cresceu nesses povoados negros com a chegada de mais fugitivos. Na região do atual Estado de Alagoas, havia se formado um dos maiores mocambos de que se tem noticia, o Quilombo do Palmares. Palmares acolheu escravos fugitivos vindos de diversas capitanias. Viviam por lá também índios e mestiços pobres. Os quilombolas, moradores dos quilombos, dedicavam-se á agricultura, à caça e a pesca. Exerciam também o comércio de produtos agrícolas com as outras comunidades negras da área. Por muito tempo, o Quilombo dos Palmares foi o paraíso dos negros africanos que aqui chegaram para viverem como escravos. Achando-se livre da escravidão, os negros passaram a formar famílias e resgataram suas raízes com à pratica da religião de origem africana. Em sua maior densidade demográfica, o Quilombo dos Palmares ia do Cabo de Santo Agostinho até ao rio São Francisco. Buscando impor seu poder sobre a região, o governo colonial português organizou e incentivou campanhas militares contra o Quilombo dos Palmares. Muitas expedições militares foram financiadas pelos senhores de engenho que buscavam recapturar escravos para a sua senzala. Após sofrer tantos ataques, o Quilombo dos Palmares foi reduzido a uma pequena região formada pelos mocambos de Macaco, Sucupira, Tabocas e Zumbi. O Quilombo dos Palmares teve como líderes Ganga Zona, Ganga Zumba e Zumbi, este último o mais importante. Sob a liderança de Zumbi, os quilombolas ao invés de se defenderem, passaram a atacar os colonos que buscavam a destruição do Quilombo do Palmares. Usando táticas de guerrilha, Zumbi conseguiu destruir alguns engenhos, libertando seus irmãos escravizados e conseguindo munições e suprimentos para novas ações guerrilheiras. A ferocidade de Zumbi dos Palmares fez com que os dirigentes coloniais daquela região, contratassem um dos mais experientes bandeirantes do período colonial, Domingos Jorge Velho. O Capitão-mor Bernardo Vieira de Melo confiou a Jorge Velho a liderança de seis mil homens na luta contra o exército quilombola de Zumbi dos Palmares. Mesmo com grande experiência, os bandeirantes tiveram grande dificuldade em vencer os rebeldes escravos na Guerra dos Palmares. Em 1685 Zumbi dos Palmares, após ser traído, acabou sendo morto encurralado numa emboscada. Sua cabeça foi cortada para servir de exemplo aos negros que por ventura tentassem continuar com a ideia de se libertar da escravidão. Sem a liderança de Zumbi, o Quilombo dos Palmares seria completamente abandonado pelos seus últimos habitantes em 1710. Bibliografia : http://www.historiatecabrasil.com/2010/05/quilombo-dos-palmares.

segunda-feira, 7 de agosto de 2017

As Cruzadas
Introdução

As Cruzadas eram expedições de cristãos para libertar a Terra Santa (atual Palestina) dos turcos (muçulmanos), e eram patrocinadas pela Igreja Católica (Papa). O nome Cruzadas é porque os cristãos teciam uma cruz nas suas roupas, simbolizando o voto prestado à igreja.

Causas
Várias foram as causas das Cruzadas:
A partir do século X (10), a população da europa ocidental cresceu muito, e as grandes cidades não estavam mais dando conta de tanta gente. O jeito foi partir para novas terras, no oriente.
Muitos nobres da europa ocidental estavam interessados em adquirir novos feudos em terras mais férteis.

O papa Urbano II queria reerguer a unidade católica no oriente, que decaiu com a Cisma do Oriente (1054)
Muitos acreditavam que seguindo as cruzadas, alcançariam a salvação.
Naquela época não havia parque de diversão, então, para fugir do cotidiano das grandes cidades, eles partiam para as Cruzadas
Claro, interesses comerciais nas ricas terras do oriente.
Como hoje, o papa e outras "santidades", como Pedro o Eremita, tinham grandes poderes de influenciar o povo. Eles reuniram grandes multidões, de maioria pobre e miserável, para organizar uma Cruzada, chamada de Cruzada Popular. Conseguiram chegar em Constantinopla, mas com poucos recursos, cansados. Quem não gostou disso foi o imperador bizantino Aleixo Commeno, que incentivou os cruzados à atacar os infiéis, resultado: uma tremenda duma carnificina, quase todos os cruzados morreram. Depois disso, a cruzada ficou conhecida como Cruzada dos Mendigos.

Outra cruzada, desta vez formada por senhores feudais, condes, duques, etc, partiu para a Terra Santa, com o apoio dos Bizantinos. Com todo o poderio econômico e militar unidos, foi fácil conquistar Jerusalém, em 1099. Essa conquista custou milhares de vidas de judeus e muçulmanos. Nas terras conquistadas foram criadas o Reino de Jerusalém, Condado de Edessa, Condado de Trípoli e Principado de Antioquia . Mas logo essas terras ficaram precárias, em razão das constantes batalhas travadas por muçulmanos e os nativos contra os cristãos. Para tentar se manter nas regiões conquistadas, os cristãos criaram duas ordens: os Templários e os Hospitalários:
Templários: formar um exército para controlar os novos domínios, para isso, deveriam construir fortalezas, fossos, muros, etc. Também se juntou à ordem uma milícia de monges cavaleiros.
Hospitalários: como o nome já diz, criaram estabelecimentos para acolher os peregrinos mais pobres, construíram hospitais. Um tempo depois, formaram um exército para defender o Santo Sepulcro.
Em vista das seguidas derrotas dos cristãos na Terra Santa, foi organizada mais uma cruzada: Luís VII e Conrado III (França e Alemanha) foram os líderes. Foi apenas mais uma derrota.

A retomada de Jerusalém
No ano de 1187, tropas de muçulmanos comandados por Saladino rumaram para Jerusalém, e a reconquistaram facilmente. Saladino foi gentil com os cristãos, evitou o massacre de milhares de pessoas.

Em 1189 foi organizada uma nova cruzada, comandada pelo rei da Inglaterra Ricardo Coração de Leão, o rei da França Filipi Augusto, e o imperador alemão Frederico Barba-Ruiva (Barba-Roxa). Esta Cruzada começou dando certo, mas logo os problemas chegaram. Frederico se afogou num rio na Síria, Filipe Augusto tomou o Acre e voltou pra França. Ricardo Coração de Leão ganhou de Saladino duas vezes, mas não conseguiu tomar Jerusalém. Então, Saladino e Ricardo fizeram um acordo, que permitia a entrada de cristãos para fazerem suas peregrinações na Terra Santa. Ricardo voltou logo pra Inglaterra, pois seu irmão estava tentando derrubá-lo e tomar o poder. Foi preso no caminho, na Áustria, e sua mãe teve de pagar o resgate. Retomou o poder, mas em 1199 foi morto quando combatia um vassalo insubmisso.

A Quarta Cruzada (1202-1204) teve seu rumo desviado pelas influências dos comerciantes venezianos, foram para Constantinopla, que foi tomada e saqueada. Algumas partes da cidade ficaram sob domínio cristão até 1261.

A Cruzada das Crianças foi outro fracasso, no ano de 1212. Os cristãos acreditavam que as crianças de alma pura poderiam reaver o Santo Sepulcro. Eram milhares delas. A maioria morreu de fome, frio, ou foram sequestradas para serem vendidas como escravas.

Outro fracasso foi a Quinta Cruzada (1217-1221), comandada por André II, rei da Hungria, e Leopoldo VI, duque da Áustria.

Entre 1228 e 1229 aconteceu a sexta cruzada, liderada por Frederico II, imperador alemão. Desta vez usaram a diplomacia para consequir o que queriam: os turcos entregaram as cidades de Jerusalém, Nazaré e Belém. Mas elas logo foram retomadas pelos muçulmanos.

A sétima cruzada (1248) e a oitava cruzada foram comandadas por Luís IX, rei da França, que de tanta piedade que teve dos muçulmanos acabou virando santo, conhecido hoje por São Luís. Na sétima cruzada, Luís foi derrotado, acabou preso e seus compatriotas tiveram de pagar uma pesada fiança para livrá-lo. Na oitava cruzada, Luís atacou a cidade de Túnis, no norte da África, mas morreu lá em razão de uma forte dor de barriga.

Resultados
Entre os resultados que as cruzadas tiveram, podemos citar:
- Aumento do comércio ocidente-oriente.
- A burgueria européia ficou mais rica, às custas dos nobres e cavaleiros que foram às cruzadas.
- Com tanto movimento de pessoas, as cidades e o comércio entre elas se desenvolveram.
- Alguns dos costumes orientais foram incorporados ao ocidente.
- Produtos novos orientais foram trazidos para a europa, como Arroz, Canela, pimenta, cravo, açúcar, algodão, café e perfumes.
- A intolerância aos judeus na europa cresceu, havendo muitos massacres.

Bibliografia: www.contextopolitico.com

terça-feira, 25 de abril de 2017

Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão:

Este documento que tornou-se um clássico para as democracias do mundo contemporâneo, foi aprovado no dia 26 de agosto de 1789, pela Assembleia Constituinte, no contexto inicial da Revolução Francesa. Seus princípios iluministas tinham como base a liberdade e igualdade perante a lei, a defesa inalienável à propriedade privada e o direito de resistência à opressão.
Eis aqui a íntegra desse importante documento:

A Assembleia Nacional reconhece e declara em presença e sob os auspícios do Ser Supremo, os direitos seguintes do homem e do cidadão:

I

Os homens nascem e permanecem livres e iguais perante a lei; as distinções sociais não podem ser fundadas senão sobre a utilidade comum.

II

O fim de toda associação política é a conservação dos direitos naturais e imprescritíveis do homem; esses direitos são: a liberdade, a propriedade, a segurança e a resistência à opressão.

III

O Princípio fundamental de toda autonomia reside essencialmente na nação; nenhuma corporação, nenhum indivíduo pode exercer autoridade que ela não emane expressamente.

IV

A liberdade consiste em fazer tudo que não perturbe a outrem. Assim, os exercícios dos direitos naturais de cada homem não tem limites senão os que asseguram aos outros membros da sociedade o desfrute desse mesmo direito; esses limites não podem ser determinados senão por lei.

V

A lei só tem o direito de proibir as ações que prejudiquem a sociedade.
Tudo quanto não for impedido por lei não pode ser proibido e ninguém é obrigado a fazer o que a lei não ordena.

VI

A lei é a expressão de vontade geral; todos os cidadão têm o direito de concorrer pessoalmente ou pelos seus representantes para a sua formação; deve ser a mesma para todos, seja os protegendo, seja ela os punindo.
Todos os cidadãos sendo iguais aos seus olhos, são igualmente admissíveis a todas as dignidades, lugares e empregos públicos, segundo as respectivas capacidades e sem outras distinções que não sejam as das suas virtudes e as dos seus talentos.

VII

Ninguém pode ser acusado, preso, nem detido, senão nos casos determinados pela lei, e segundo as formas por ela prescritas. Os que solicitam, expedem, ou fazem executar, ordens arbitrárias devem ser punidos; mas todo cidadão chamado em virtude da lei deve obedecer incontinenti; ele torna-se culpado em caso de resistência.

VIII

A lei só deve estabelecer as penas estritas e evidentemente necessárias e ninguém pode ser punido senão em virtude de uma lei estabelecida e promulgada anteriormente ao delito e legalmente aplicada.

IX

Todo homem é presumido inocente, até que tenha sido declarado culpado e se for indispensável será preso, mas todo rigor que não for necessário contra sua pessoa deve ser severamente reprimido pela lei.

X

Ninguém deve ser inquietado pelas suas opiniões, mesmo religiosas, desde que as suas manifestações não prejudiquem a ordem pública estabelecida pela lei.

XI

A livre comunicação das opiniões e dos pensamentos é um dos direitos mais preciosos do homem; todo o cidadão pode então falar, escrever, imprimir livremente; devendo responder pelos abusos desta liberdade em casos determinados pela lei.

XII

A garantia dos direitos do homem e do cidadão necessita uma força pública; essa força é então instituída para vantagem de todos e não pela utilidade particular aos quais é confiada.

XIII

Para manutenção da força pública e para os gastos de administração, uma contribuição comum é indispensável; ela deve ser igualmente repartida entre todos os cidadãos na razão das suas faculdades.

XIV

Os cidadãos tem o direito de constatar por si mesmo ou pelos seus representantes, a necessidade da contribuição pública, de a consentir livremente, de seguir o seu emprego, de determinar a quantidade e a duração.

XV

A sociedade tem o direito de pedir contas a todo agente público de sua administração.

XVI

Toda sociedade na qual a garantia dos direitos não é assegurada, nem a separação dos poderes determinada, não tem constituição.

XVII

A propriedade sendo um direito inviolável e sagrado, ninguém dela pode ser privado se não for por necessidade pública, legalmente constatada, sob a condição de uma justa e prévia indenização.


Bibliografia : http://www.historianet.com.br/conteudo/default.aspx?codigo=180

Democracia

Democracia é uma palavra de origem grega que significa "governo do povo". Na Grécia antiga, nas chamadas cidades-estado, como Atenas, as decisões de interesse coletivo eram tomadas em praça pública pelo conjunto dos cidadãos. As pessoas mais sábias, mais instruídas ou influentes discursavam, expondo suas idéias e tentando convencer os ouvintes. Ao final, pelo voto da maioria, os cidadãos decidiam sobre leis, comportamentos e medidas referentes à cidade e seus habitantes.
Vem dessa época o conceito de democracia como governo do povo, distinguindo-se, por essa característica, de duas outras formas de governo: a monarquia (governo de um monarca, de um rei, de um só) e aristocracia (governo de poucos, de um grupo).
Mas a democracia não nasceu perfeita. Na Grécia antiga, ela excluía das decisões políticas vários grupos sociais, como as mulheres e os escravos. De todo modo, a experiência grega tinha como principal característica o direito de participação direta de quem era reconhecido como cidadão.
Hoje, a idéia de cidadania é ampla, e o número de pessoas com direito de interferir nas decisões públicas, muito maior. Isso gerou novas formas de participação, típicas da democracia de massas do nosso tempo.

Na Grécia antiga, os cidadãos se reuniam em praça pública para tomar as decisões de interesse coletivo.

Durante muito tempo, a idéia grega de democracia ficou praticamente abandonada. Não interessava a reis, imperadores e nobres um governo que representasse a vontade do povo, distribuindo o poder e a riqueza com os pobres, os escravos, os analfabetos, as camadas da população consideradas inferiores.
A luta por melhores condições de vida , e contra as desigualdades, levou à progressiva ampliação da arena política, com cada vez mais gente participando da tomada de decisões políticas.
Um marco histórico para a retomada dos ideais democráticos gregos foi a Revolução Francesa, de 1789, que consagrou os princípios de "liberdade, igualdade e fraternidade".
Junto com esses princípios, alguns outros foram incorporados à idéia moderna de democracia, como o respeito às leis, a prioridade dos interesses coletivos, a justiça social, a garantia de direitos aos setores menos favorecidos.
Da Grécia antiga aos dias de hoje, a democracia é um ideal que vem sendo revisto e aperfeiçoado, de acordo com as transformações políticas e os valores da sociedade.
A respeito das condições diferentes em que as pessoas vivem, veja o que disse o sociólogo Boaventura de Sousa Santos, professor da Universidade de Coimbra (Portugal):

" Há diferenças e há igualdades, e nem tudo deve ser igual e nem tudo deve ser diferente... Temos o direito a ser iguais quando a diferença nos inferioriza, temos o direito a ser diferentes quando a igualdade nos descaracteriza."

A regra da maioria

A maioria decide. Essa regra é fundamental numa democracia. O voto da maioria transforma propostas em leis. Um projeto de lei estadual, por exemplo, só vira lei depois de aprovado pela maioria dos deputados da Assembléia Legislativa. Da mesma forma, é a maioria da população que elege o prefeito, o governador e o presidente da República.
Num regime democrático a vontade da maioria prevalece, mas convive com a opinião das minorias. Elas têm todo o direito de lutar por seus princípios e interesses, de se organizarem, de se fortalecerem e de fazerem alianças.
É por isso que numa democracia não há lugar para repressão às manifestações do pensamento, discriminação ideológica ou censura. Por isso, também, nos regimes democráticos ninguém fica no poder por tempo indeterminado. Há eleições periódicas, para que a sociedade reafirme sua vontade, escolhendo os governantes.
As eleições só são democráticas se os candidatos disputarem em igualdade de condições. Vantagem ou privilégio de quem quer que seja torna a concorrência desleal. Homem da mala preta é coisa muito feia, no futebol ou na política.
Numa democracia, um dos critérios básicos para a tomada de decisões é o respeito à vontade da maioria.
Estar em minoria não significa perder direitos básicos. Todos têm liberdade de opinião, de expressão e de organização.

Se liga

Está escrito em nossa Constituição: somos iguais perante a lei e vivemos numa sociedade pluralista. Mas o que isso significa?
Democracia é algo sempre em construção. Descubra as seis pedras que revelam alguns de seus pilares fundamentais e clique nelas.
No meio das pedras tem um caminho. Escolha o seu.
A discriminação racial é condenada explicitamente pela Constituição brasileira. O racismo é crime inafiançável, ou seja, a pessoa que o pratica não pode livrar-se de pena por meio de fiança, de dinheiro. O crime é também imprescritível, isto é, quem o comete não fica livre da responsabilidade depois de um determinado tempo. A pena para quem pratica o racismo é a cadeia.
O difícil mesmo é combater o racismo velado...
Ricos ou pobres, negros ou brancos, todos são iguais perante a lei. Democracia pressupõe aceitação das diferenças, e nela há um lugar para as divergências e os conflitos.
Democracia é uma via de mão dupla com direitos e deveres.
Democracia exige liberdade, igualdade e fraternidade, além de direitos sociais, econômicos e políticos, mundialmente reconhecidos graças às conquistas dos movimentos sociais e políticos.
Mas direito e dever são como o dia e a noite: um não existe sem o outro. Uma lei, por exemplo, é feita para todos, e é nosso dever cumpri-la. Preservar o patrimônio público, pagar impostos, nos submetermos a concurso para ocupar cargo público, acatar as decisões da Justiça, respeitar as autoridades, as instituições, o trabalho dos fiscais e dos agentes de segurança, as filas, os sinais de trânsito, os horários de silêncio, são deveres democráticos.

O respeito às leis

No Brasil, muita coisa ainda não combina com democracia. Corrupção, privilégios, fraudes, impunidade, falta de informação em órgãos públicos, manipulação de dados, violência policial, desrespeito aos direitos humanos. Sintomas típicos do histórico autoritarismo brasileiro.
É preciso que os "mandões" aprendam que, numa sociedade democrática, acima da vontade individual está a vontade coletiva, e a vontade coletiva se expressa nas leis. Essa é uma das regras básicas do jogo democrático.

http://www.almg.gov.br/cedis/cartilha/modulo%20verde/aula3/Viajando.htm

segunda-feira, 24 de abril de 2017

Reformas Protestantes

Reforma Luterana
Lutero (1483-1546), em 1505, após uma experiência de quase morte ingressou na Ordem Agostiniana, que seguia os preceitos de Santo Agostinho. Após sua viagem a Roma, em 1510, passou a questionar fortemente os dogmas da Igreja Católica. Entre 1511 e 1513 ficou imerso nos estudos bíblicos e construiu, com diversas influências, uma nova doutrina. Durante a leitura das cartas de São Paulo, ele encontrou uma passagem que foi a base da sua teoria O justo se salvará pela fé. Seria a partir da fé em Deus, e não de todos os trabalhos que a Igreja propunha, que o indivíduo se redimiria do pecado original. A salvação estava agora nas mãos dos fiéis, eles mesmos que procurariam seu caminho, e não nas mãos do clero em absolvê-lo dos seus pecados.
O Papa Leão X aprovou uma nova medida para a arrecadação de dinheiro: a venda de indulgências, ou seja, os fiéis compravam a sua salvação, arrecadando pedaços da cruz de Cristo ou do seu manto, qualquer relíquia religiosa poderia ser vendida. O estopim para a separação total com a Igreja Católica ocorreu em 1517, com a promulgação das famosas 95 teses. Lutero ficou indignado e expôs publicamente as suas teses, nas quais protestava contra a doutrina que a Igreja estava seguindo. Seu confronto com as autoridades católicas foi inevitável e em 1520 ele foi excomungado.
A sua doutrina foi divulgada em toda a Europa com a ajuda de nobres, como o príncipe da Saxônia, e da alta burguesia, e os principais pontos, fixados na Confissão de Augsburgo, de 1530, são:
  • Fé cristã era a única maneira de salvação;
  • A Bíblia era a única fonte da fé;
  • Os fiéis tinham a liberdade de interpretação da Bíblia (por isso a tradução do latim para línguas vernaculares);
  • Pregação em língua vernacular;
  • Existência de somente dois sacramentos – batismo e eucaristia;
  • Era proibido o culto a santos, adoração de imagens;
  • Revogação do celibato;
  • O Papa perdia sua a autoridade.
    Reforma Calvinista
    João Calvino (1509-1564) aderiu às ideias reformistas de Lutero e de Zwingli na Suíça, e foi perseguido pelas autoridades religiosas francesas. Exilou-se na Suíça, onde essas ideias já estavam sendo disseminadas e passou a escrever mais sobre isso.
    Publicou em 1536 sua obra Instituição da religião cristã, na qual expõe pela primeira vez sua teoria da predestinação. Esta se constituía na máxima de que o homem estava predestinado tanto para merecer o céu quanto o inferno, ou seja, algumas pessoas seriam salvas pelo simples motivo de que nasceram assim, foram eleitas por Deus, e outras amargariam a maldição. Um dos sinais da salvação predestinada era o homem trabalhador, ou seja, o trabalho intenso e rotineiro, recompensado financeiramente por seu esforço.
    A doutrina calvinista prega que o indivíduo tem que ser predestinado, a vontade divina o salva, isso não ocorre por esforço próprio, porém, se a pessoa enriqueceu pelo seu trabalho, esse era um sinal de que seria salvo, pois possuía esta atitude. Esse ideal foi amplamente aderido pela burguesia em ascensão, pois ia ao encontro de seus interesses. A acumulação de riquezas e o lucro não eram tidos como práticas imorais. Os principais pontos são:
  • Predestinação;
  • Os escolhidos prosperarão;
  • Contra a idolatria;
  • Contra qualquer abuso, como festas, danças, etc.
  • Suas idéias disseminaram pela França, Inglaterra, Holanda e Escócia, tendo reverberações na América, principalmente nas colônias do Norte.
  • Bibliografia : Ana Carolina Machado de Souza.
  • Keith Randell. Lutero e a Reforma alemã. São Paulo, Ática, 1995.

segunda-feira, 10 de abril de 2017

O Rio Nilo - Egito

Quem nunca ouviu falar dos egípcios? O povo dos faraós, das pirâmides, das múmias, do rio Nilo... Poucas civilizações foram tão fascinantes, tão belas, tão misteriosas...
A civilização egípcia surgiu no meio do deserto há mais de cinco mil anos. Um deserto terrível no norte da África, coberto de areia e muito quente. A única explicação para se desenvolver uma civilização debaixo daquele sol escaldante é a existência do imenso rio Nilo.
O rio Nilo nasce na África Central e vai atravessando o deserto até desembocar no mar Mediterrâneo. Todos os anos, na mesma época, ele enche e transborda. Suas águas alagam vastas áreas. Após algum tempo, a largura do rio volta ao seu tamanho natural. Mas ai já aconteceu o milagre da natureza: naquelas partes inundadas fica depositada uma espessa camada de húmus (matéria orgânica), formada por folhas e planta que caem naturalmente no rio, duram as centenas de quilómetros percorrida por suas águas. Quando se decompõen esses vegetais se transformam em húmus, que então fertiliza o solo. Onde ele está depositado, fica facílimo plantar. Por isso o vale do Nilo tornou-se uma das regiões mais férteis do mundo.
Graças ao Nilo e às suas enchentes, quando ele depositava o limo que fertilizava os solos das margens, foi possível aos egípcios plantar no meio do deserto. Por isso, o antigo historiador grego Heródoto disse uma vez: "O Egíto é uma dádiva do Nilo" - ou seja, a existência da civilização egípcia é um presente do rio Nilo.
O deserto até que tinha uma vantagem: ajudava a defender os egípcios. Durante séculos, nenhum povo estrangeiro teve coragem de atravessar aquelas centenas de quilómetros de areia, debaixo do sol tórrido, para invadir o Egito. No deserto, os egípcios descobriram importantes minas de ouro, chumbo, cobre, prata e topázio (pedra semipreciosa).
Graças ao Nilo, os egípcios plantavam legumes, trigo, linho e cevada.Nas suas margens, crescia o papiro. Essa planta maravilhosa servia para fazer uma espécie de papel para escrever, além de cordas, pequenos barcos e redes. O linho era outra planta, usada para confeccionar um tecido leve e arejado, ótimo para o calor do deserto. A cevada era misturada com água e fermentada para fazer uma bebida alcoólica inventada pelos egípcios: a cerveja.

Mario Schmidt
Nova História Crítica









NAZISMO

Na Alemanha, o movimento fascista foi chamado de nazista, que é uma abreviatura de nacional-socialista. Repare numa coisa interessante: o socialismo estava tão popular, que até os nazistas utilizavam esse nome. Claro que eles não tinham nada de socialistas, pois abominavam a igualdade e a democracia. Quando terminou a Primeira Guerra, em 1918, a Alemanha passou a ter um regime democrático. Esse período de liberdade política foi chamado de República de Weimar e durou até 1933, quando os nazistas tomaram o poder. Todos os partidos políticos importantes tinham deputados no Parlamento, inclusive os comunistas e os nazistas. Foi uma época de grandes dificuldades. Derrotada na guerra, a Alemanha teve de pagar uma imensa dívida para os ingleses e franceses. A crise de 1929 levou milhões de alemães ao desespero. O desemprego atingiu 44% dos trabalhadores. A crise levou muitas pessoas a votar nos comunistas e nos social-democratas. O partido nazista, chefiado por Adolf Hitler, também ganhava muitos votos. Os nazistas acusavam os comunistas, os liberais e os judeus de desgraçar o país. Prometiam acabar com a "desordem" e restaurar o orgulho de ser alemão. Falavam em combater os banqueiros muito gananciosos e em proteger a classe média. Anunciavam que os alemães pertenciam à raça ariana, que consideravam superior às outras e que portanto não poderia curvar-se diante do mundo, Percebeu? Num país faminto, humilhado pela derrota na Primeira Guerra e inseguro com a crise, os nazistas ofereciam o sonho da tranquilidade, do orgulho patriótico e da força. E quantas pessoas inseguras não acreditam que poderão ser salvas pelo "herói da pátria" e pelo super-Estado? Os nazistas tinham técnicas avançadas de propaganda política. Seguindo as ideias de Goebbels, o mestre da propaganda política fascista, manipulavam as informações ("uma mentira repetida mil vezes se torna uma verdade"). Exploravam o inconsciente coletivo alemão e os ressentimentos causados pela derrota na Primeira Guerra. Falavam em vingança, em "Alemanha acima de tudo". Formavam bandos de jovens uniformizados e cheios de músculos, que ocupavam as ruas perseguindo todos os inimigos: comunistas e social-democratas, judeus, homossexuais. Depois da crise de 1929, os nazistas elegeram inúmeros deputados para o Parlamento. Num certo momento, tornaram seu partido o mais votado. Agora, atenção para algo muito importante: os nazistas jamais conseguiram a maioria absoluta dos votos do povo alemão. Isso mesmo que você leu: mais da metade dos alemães votava contra os nazistas! Meses antes de dominar a Alemanha. Hitler foi candidato à presdência da República e perdeu as eleições para um velho político tradicional. Como se explica então que os nazistas tenham chegado ao poder? Em primeiro lugar, as forças antinazistas estavam divididas. Os social-democratas e os comunistas acusavam-se mutuamente de favorecer os nazistas. Os liberais não queriam se unir à esquerda para combater Hitler. Só os nazistas estavam unidos e coesos. Daí sua força. Daí sua ousadia. Em segundo lugar, porque os nazistas tomaram o poder com um golpe de Estado apoiado pelos megaempresários e pela cúpula das Forças Armadas. Foi em 1933. O Reichstag (Parlamento) foi incendiado pelos nazistas, que puseram a culpa nos comunistas. A partir daí, todos os partidos políticos foram fechados, com exceção do nazista. A Gestapo (polícia secreta) vigiava e aterrorizava toda a população. Seguindo as receitas do New Deal dos EUA, o plano de recuperação económica do presidente Roosevelt, o Estado fascista alemão encomendou obras públicas às empresas privadas. Para recuperar o emprego e ativar a economia, estimulou a produção de armas. Conseguiu reduzir o desemprego, mas a guerra seria apenas uma questão de tempo. Quem foi Hitler? Adolf Hitler nasceu na Áustria (1889), de família pobre. Queria ser artista, mas foi reprovado na Academia de Viena. Como tantos austríacos, Hitler se considerava alemão. Foi na cidade alemã de Munique que entrou para o Partido Nazista e, já em 1923, puxou uns meses de cadeia por ter falhado na tentativa de dar um golpe de Estado. No seu livro Mein Kampf (Minha Luta) definiu os ideais nazifascistas. Depois de morto (1945), Hitler apareceu tantas vezes na televisão e nos livros que talvez seja o homem mais conhecido do século XX. Ao contrário do que se pensa, era um orador que sabia ser bem-humorado, contar piadas e se mostrar afável, misturando a aparente ternura com uma agressividade implacável. Em eleições livres, Hitler e os nazistas jamais obtiveram os votos da maioria dos alemães. Mesmo quando os comunistas e os social-democratas foram proibidos de fazer comícios e propagandas no rádio e nos jornais (1933), os nazistas não conseguiram a maioria dos votos alemães. Os nazistas conquistaram o poder por meio de manobras políticas e do uso da força, sustentados pela alta burguesia e pela cúpula do exército. No governo, Hitler adotou medidas semelhantes ao New Deal dos EUA. Depois, uniu a Alemanha e a Áustria num mesmo país e iniciou a Segunda Guerra Mundial. Por ordens diretas de Hitler, os nazistas cometeram terríveis atrocidades, torturando e executando em massa milhões de seres humanos. Atenção: o nazismo não foi o resultado da personalidade individual de Hitler. O nazismo surgiu das condições sociais da Alemanha nos anos 30: a crise de 29, os receios da alta burguesia e da classe média, o desgaste do Parlamento etc. Portanto, é válido supor que, se Hitler não tivesse nascido, mesmo assim teria existido o nazismo. Porque o nazifascismo era todo um sistema político e ideológico que dependia da situação histórica da Alemanha, da Europa e do mundo, e não da vontade de uma única pessoa ou de um pequeno grupo de homens. O Holocausto Os nazistas eram anti-semitas, ou seja, tinham preconceito contra os judeus. Ao tomar o poder, começaram os ataques. Primeiro, expulsaram os judeus das escolas, dos empregos públicos. Rapazes da juventude nazista incendiavam lojas e oficinas de judeus. Os judeus ricos tinham seus bens tomados. Os judeus pobres (eram a maioria) perderam seus empregos e foram obrigados a pregar uma estrela amarela de pano em suas roupas. Os arianos (a tal “raça pura” germânica que só existia mesmo na cabeça de Hitler) que tivessem relações com judeus seriam punidos e humilhados. Por incrível que pareça, isso foi só o começo. Numa segunda etapa, os nazistas prendiam os judeus e os enviavam para campos de concentração. Essa barbaridade ocorreu em toda a Europa dominada pelos nazistas. Infelizmente, muitos indivíduos de diversos povos europeus colaboraram com esses atos criminosos. Quando ficou evidente que a Alemanha perderia a guerra, os nazistas intensificaram o que chamaram de solução final. Os campos de concentração nazista se tornaram verdadeiras máquinas de extermínio. Os soldados nazistas prendiam os judeus em imensos galpões fechados. Em seguida, era liberado o gás venenoso Ziklon-B. Em poucos minutos, centenas de pessoas caíam mortas. Os guardas arrancavam dos cadáveres os dentes de ouro, os cabelos (para fazer recheio de colchões), a gordura (para fabricar sabão ordinário). A fabrica de cadáveres continuava sua macabra produção. Campos de concentração como o de Auschwitz (ficava na Polônia denominada pelos nazistas) conseguiram uma triste celebridade. Os cadáveres eram queimados em fornos crematórios. Os campos de concentração eram verdadeiras fábricas de assassinatos. Os números dizem tudo: foram seis milhões de judeus mortos. Além dos judeus, milhões de ciganos e de russos (“raça eslava”) também foram executados. O dr. Mengele era médico nazista dos campos de extermínio. Ele fazia experiências com cobaias humanas! Por exemplo, amputava órgãos de bebês, arrancava olhos das crianças judias. Mario Schmidt Nova História Crítica

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017

REFORMA PROTESTANTE- Martinho Lutero -João Calvino

Reforma Protestante foi a grande transformação religiosa da época moderna, rompeu a unidade do cristianismo no Ocidente e alterou de forma radical a estrutura eclesiástica. Em cada região assumiu características diferentes: no Sacro Império teve a liderança de Martinho Lutero; na França e na Holanda os princípios de Lutero foram ampliados por Calvino; na Inglaterra, conflitos entre o rei e a Igreja deram origem ao anglicanismo.
 

  Origem da Reforma Protestante

  O processo de centralização monárquica que dominava a Europa desde o final da Idade Média, tornou tensa as relações entre reis e igreja, até então a centralizadora do domínio espiritual sobre a população e do poder político-administrativo sobre os reinos.
  A Igreja - possuidora de grandes extensões de terra - recebia tributos feudais controlados em Roma, pelo papa. Com o fortalecimento do Estado Nacional Absolutista, essa prática passou a ser questionada pelos monarcas.
  Os camponeses também estavam descontentes com a Igreja. Na Alemanha os mosteiros e bispados possuíam imensas propriedades, os bispos e os abades viviam às custas dos trabalhadores da cidade e dos campos.
  A Igreja condenava as práticas capitalistas nascentes, entre elas a "usura"- a cobrança de juros por empréstimos, consideradas pecado, e defendia a comercialização sem direito a lucro o "justo preço", reduzindo o poder de investimento da burguesia mercantil e manufatureira.

  Tomismo e Teologia Agostiniana

  Dentro da própria Igreja dois sistemas teológicos, o tomismo, e o da teologia agostiniana, se defrontavam. Mas, a desmoralização do clero, que apesar de condenar a usura e desconfiar do lucro, veio com a prática do comércio de bens eclesiásticos.
  Faziam uso da autoridade para obter privilégios, desrespeitavam o celibato clerical e a venda de cargos na Igreja era uma prática comum desde o fim da Idade Média. O maior escândalo foi a venda de indulgências, isto é, o perdão dos pecados em troca de pagamentos a religiosos.

 
  A Reforma de Lutero

 
  A Reforma Protestante foi iniciada por Martinho Lutero (1483-1546), monge agostiniano alemão, e professor da Universidade de Wittenberg. Crítico, negava algumas práticas comuns apregoadas pela Igreja.
  Em 1517, revoltado com a venda de indulgências, realizada pelo dominicano João Tetzel, escreveu em documento com as 95 teses que radicalizava suas críticas à Igreja e ao próprio papa.
  Em 1520 o para Leão X redigiu uma bula condenando Lutero e exigindo sua retratação. Lutero queimou a bula em público o que agravou a situação.
  Em 1521 o imperador Carlos V convocou uma assembleia "Dieta de Worms", na qual o monge foi considerado herege. Acolhido por parte da nobreza, refugiou-se no castelo de Wartburg, onde dedicou-se à tradução da Bíblia do latim para o alemão, e a desenvolver os princípios da nova religião.
   Em 1530, a Confissão de Augsburgo, escrita por Melanchthon, discípulo de Lutero, fundamentou a doutrina Luterana. Seguiram-se guerras religiosas que só foram concluídas em 1555, pela "Paz de Augsburgo", que determinou o princípio de que cada governante dentro do Sacro Império poderia escolher sua religião e a de seus súditos.

  Calvinismo

  A revolta de Lutero se espalhou pelo continente europeu, suas ideias foram reformuladas por alguns de seus seguidores, particularmente pelo francês João Calvino (1509-1564) pertencente a burguesia e influenciado pelo Humanismo e pelas teses luteranas, converteu-se em ardente defensor das novas ideias.
  Escreveu a "Instituição da religião cristã", que veio a ser o catecismo dos calvinistas. Perseguido, refugiou-se em Genebra, na Suíça, onde a Reforma havia sido adotada. Dinamizou o movimento reformista através de novos princípios, completando e ampliando a doutrina luterana.
  Nada de imagens nas igrejas nem sacerdotes paramentados. A Bíblia era a base da religião, não sendo necessária sequer a existência de um clero regular. Para Calvino a salvação não dependia dos fieis e sim de Deus, que escolhe as pessoas que deverão ser salvas (doutrina da predestinação).
  O calvinismo expandiu-se rapidamente por toda a Europa, mais do que o luteranismo. Atingiu os Países Baixos e a Dinamarca, além da Escócia, cujos seguidores foram chamados de presbiterianos, da França foram os huguenotes e da Inglaterra os puritanos.


  BIBLIOGRAFIA :

  www.todamateria.com.br/reforma-protestante/

Criacionismo X Evolucionismo

Origens da humanidade

Você já deve ter tido a curiosidade de saber como surgiu a espécie humana no planeta em que vivemos, não é mesmo? Essa curiosidade não é só sua. Muitos pesquisadores e cientistas têm estudado para descobrir como se deu a origem do ser humano na Terra.

Quanto mais a ciência se desenvolve, mais avançados são os recursos científicos que esses pesquisadores podem utilizar. Eles são capazes de encontrar novas possibilidades para explicar a origem humana. Assim, como um quebra-cabeça, cada nova descoberta vai completando o nosso conhecimento sobre o tema.

Entre as diversas explicações para o aparecimento do ser humano na Terra, duas se destacam pelo amplo debate que provocaram: o criacionismo, defendido por judeus e cristãos, e a teoria da evolução.

A criação
Durante muito tempo, os sábios idealistas sustentaram a teoria do limite intransponível entre o homem e os animais. Essa concepção se baseava no mito bíblico da criação do homem por Deus, que o teria feito "à sua imagem e semelhança".

A questão sobre as origens do homem remete um amplo debate, no qual filosofia, religião e ciência entram em cena para construir diferentes concepções sobre a existência da vida humana e, implicitamente, por que somos o único espécime dotado de características que nos diferenciam do restante dos animais.

Desde as primeiras manifestações mítico-religiosas, o homem busca resposta para essa questão. Neste âmbito, a teoria criacionista é a que tem maior aceitação. Ao mesmo tempo, ao contrário do que muitos pensam, as diferentes religiões do mundo elaboraram uma versão própria da teoria criacionista.

A mitologia grega atribui a origem do homem ao feito dos titãs Epimeteu e Prometeu. Epimeteu teria criado os homens sem vida, imperfeitos e feitos a partir de um molde de barro. Por compaixão, seu irmão Prometeu resolveu roubar o fogo do deus Vulcano para dar vida à raça humana. Já a mitologia chinesa, atribui a criação da raça humana à solidão da deusa Nu Wa, que ao perceber sua sombra sob as ondas de um rio, resolveu criar seres à sua semelhança.

O cristianismo adota a Bíblia como fonte explicativa sobre a criação do homem. Segundo a narrativa bíblica, o homem foi concebido depois que Deus criou céus e terra. Também feito a partir do barro, o homem teria ganhado vida quando Deus assoprou o fôlego da vida em suas narinas. Outras religiões contemporâneas e antigas formulam outras explicações, sendo que algumas chegam a ter pontos de explicação bastante semelhantes.

Evolução humana


Em oposição ao criacionismo, a teoria evolucionista parte do princípio de que o homem é o resultado de um lento processo de alterações (mudanças). Esta é a idéia central da evolução: os seres vivos (vegetais e animais, incluindo os seres humanos) se originaram de seres mais simples, que foram se modificando ao longo do tempo.

Essa teoria, formulada na segunda metade do século XIX pelo cientista inglês Charles Darwin, tem sido aperfeiçoada pelos pesquisadores e hoje é aceita pela maioria dos cientistas.

Após abandonar seus estudos em medicina, Charles Darwin (1809 – 1882) decidiu dedicar-se às pesquisas sobre a natureza. Em 1831 foi convidado a participar, como naturalista, de uma expedição de cinco anos ao redor do mundo organizada pela Marinha britânica.

Em 1836, de volta à Inglaterra, trazia na bagagem milhares de espécimes animais e vegetais coletados em todos os continentes, além de uma enorme quantidade de anotações. Após vinte anos de pesquisas baseadas nesse material, saiu sua obra prima: A Origem das Espécies através da seleção natural, livro publicado em 1859.

A grande contribuição de Darwin para a teoria da evolução foi a idéia da seleção natural. Ele observou que os seres vivos sofrem modificações que podem ser passadas para as gerações seguintes.

No caso das girafas, ele imaginou que, antigamente, haveria animais de pescoço curto e pescoço longo. Com a oferta mais abundante de alimentos no alto das árvores, as girafas de pescoço longo tinham mais chance de sobreviver, de se reproduzir e assim transmitir essa característica favorável aos descendentes. A seleção natural nada mais é, portanto, do que o resultado da transmissão hereditária dos caracteres que melhor adaptam uma espécie ao meio ambiente. [...]

A idéia seleção natural não encontrou muita resistência, pois explicava a extinção de animais como os dinossauros, dos quais já haviam sido encontrados muitos vestígios. O que causou grande indignação, tanto nos meios religiosos quanto nos científicos, foi a afirmação de que o ser humano e o macaco teriam um parente em comum, que vivera há milhões de anos. Logo, porém surgiria a comprovação dessa teoria, à medida que os pesquisadores descobriam esqueletos com características intermediárias entre os humanos e os símios.

Bibliografia: http://www.sohistoria.com.br/ef2/evolucao/index.php