quinta-feira, 23 de abril de 2015

A REVOLUÇÃO FRANCESA

A situação da França no século XVIII era de extrema injustiça social na época do Antigo Regime. Nessa época a França estava dividida em três Estados. O Terceiro Estado era formado pelos trabalhadores urbanos, camponeses e a pequena burguesia comercial. Os impostos eram pagos somente por esse segmento social com o objetivo de manter os luxos da nobreza. A França era um país absolutista nesta época. O rei governava com poderes absolutos, controlando a economia, a justiça, a política e até mesmo a religião dos súditos. A vida dos trabalhadores e camponeses era de extrema miséria, portanto, desejavam melhorias na qualidade de vida e de trabalho. A burguesia, mesmo tendo uma condição social melhor, desejava uma participação política maior e mais liberdade econômica em seu trabalho. A Revolução Francesa: A Queda da Bastilha A situação social era tão grave e o nível de insatisfação popular tão grande que o povo foi às ruas com o objetivo de tomar o poder e arrancar do governo a monarquia comandada pelo rei Luis XVI. O primeiro alvo dos revolucionários foi a Bastilha. A Queda da Bastilha em 14/07/1789 marca o início do processo revolucionário, pois a prisão política era o símbolo da monarquia francesa. O lema dos revolucionários era "Liberdade, Igualdade e Fraternidade", pois ele resumia muito bem os desejos do Terceiro Estado francês. Durante o processo revolucionário, grande parte da nobreza deixou a França, porém a família real foi capturada enquanto tentava fugir do país. Presos, os integrantes da monarquia, entre eles o rei Luis XVI e sua esposa Maria Antonieta foram guilhotinados em 1793. O clero também não saiu impune, pois os bens da Igreja foram confiscados durante a revolução. A Assembléia Constituinte: A Monarquia Constitucional No mês de agosto de 1789, a Assembléia Constituinte cancelou todos os direitos feudais que existiam e promulgou a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão. Este importante documento trazia significativos avanços sociais, garantindo direitos iguais aos cidadãos, além de maior participação política para o povo. Entretanto, apesar de revolucionária, a Declaração não reconhecia a igualdade das mulheres e não lhes concedeu direitos de cidadania. Os Partidos Políticos Após a revolução, surgem, no Terceiro Estado, os primeiros partidos com opiniões diversificadas. Girondinos Representavam a alta burguesia. Queriam evitar uma participação maior dos trabalhadores urbanos e rurais na política. Eram conservadores. Na Assembleia francesa, sentavam no lado direito do parlamento, por esse motivo ficaram conhecidos como partido de direita. Jacobinos Representavam a baixa burguesia. Defendiam uma maior participação popular no governo. Eram revolucionários. Como formavam um grupo oposto aos Girondinos, sentavam do outro lado do parlamento, por isso, ficaram conhecidos como partido de esquerda. Planície ou Pântano (la plaine) Em relação aos anteriores eram neutros. Em alguns momentos apoiavam os Girondinos noutros os Jacobinos. Porém, geralmente eram conservadores. Sentavam no centro do parlamento, com isso, ficaram conhecidos por partido de centro. Republicanos (cordeliers) Eram radicais. Defendiam profundas mudanças na sociedade que beneficiassem os mais pobres. Com o tempo foram incorporados aos Jacobinos. Eram a extrema esquerda. Monarquistas (Feuillants) Defendiam a Monarquia Constitucional. Em suas fileiras estavam nobres, clérigos e burgueses (alta burguesia). Foram extintos após a morte de Luís XVI. Na Fase do Terror, muitos foram executados, outros fugiram do país. A Fase do Terror Em 1792, após a frustrada tentativa de fuga da família real, os jacobinos e os republicanos radicais liderados por Robespierre, Danton e Marat assumem o poder e organizam as guardas nacionais. Os radicais acabam com a Monarquia Constitucional e instituem a República. As guardas nacionais recebem ordens dos líderes para matar qualquer oposicionista ao novo governo. Muitos integrantes da nobreza e outros franceses de oposição foram condenados a morte na guilhotina. A violência e a radicalização política são as marcas desta época. A burguesia no poder: O Diretório Em 1795, os girondinos assumem o poder e começam a instalar um governo burguês na França. Uma nova Constituição é aprovada, garantindo o poder da burguesia e ampliando seus direitos políticos e econômico. O governo passou a ser controlado por um Diretório de cinco membros. Os jacobinos foram desligados do poder e o povo foi gradualmente sendo afastado das decisões políticas. É neste contexto, que o general francês Napoleão Bonaparte chega ao poder com o objetivo de controlar a instabilidade social e implantar um governo burguês. Só que em 1799 (18 de Brumário) Napoleão dá um Golpe de Estado e assume o poder da França. Conclusão A Revolução Francesa foi um importante marco na História da nossa civilização. Significou o fim do sistema absolutista e dos privilégios da nobreza. O povo ganhou mais autonomia e seus direitos sociais passaram a ser respeitados. A vida dos trabalhadores urbanos e rurais melhorou significativamente. Por outro lado, a burguesia conduziu o processo de forma a garantir seu domínio social. As bases de uma sociedade burguesa e capitalista foram estabelecidas durante a revolução. A Revolução Francesa influenciou, com seus ideais iluministas, a independência de alguns países da América Espanhola, o movimento de Inconfidência Mineira e a Revolução Farroupilha. Bibliografia : Marcos Emílio Ekman Faber http://www.historialivre.com/contemporanea/salarevfranca1.htm